Publicidade

Jards Macalé foi expulso de time de futebol por dar canelada em Chico Buarque | Brazil News Informa

Jards Macalé foi expulso de time de futebol por dar canelada em Chico Buarque | Brazil News Informa

Antes de ser o “maldito”, Jards Macalé, que morreu nesta segunda-feira (17) de uma parada cardíaca, foi motorista de time de futebol. E dos importantes. Nos anos 1970, Macalé era um dos raros músicos cariocas que tinham carro. Assim, ganhou imediatamente uma vaga no Estácio Holly Futebol Clube, time de Luiz Melodia. Não pelo talento com a bola, claro, mas pela habilidade em conduzir a turma inteira por cerca de 30 quilômetros do Estácio até o Recreio dos Bandeirantes.

A missão: levar o grupo para enfrentar o Politheama, o time amador de futebol Chico Buarque, que era ao mesmo tempo jogador, anfitrião e, digamos assim, dono da bola. A estreia de Macalé durou pouco. Logo na primeira jogada, ele avançou desajeitado, deu uma canelada e derrubou ninguém menos que Chico.

"Foi o suficiente para o Melodia me tirar de campo. Não dava para fazer falta no dono da bola”, contou ele à revista "Veja", acrescentando que nunca mais foi chamado para jogar: "Imagina se eu quebrasse a perna do Chico?"

Avesso a rótulos

Jards Macalé nunca aceitou rótulos. Sua morte, confirmada nesta segunda-feira (17), encerra uma trajetória de 60 anos que nunca coube numa prateleira. Ele ganhou a fama de “maldito” da MPB, ao lado de Luiz Melodia, Jorge Mautner e Itamar Assumpção, por não se render aos desígnios das gravadoras. “Venci muita coisa para chegar aos 80. Venci o ódio, a indiferença, a tentativa de exclusão, a ditadura, a pandemia. Eu era dito maldito, taxado de várias coisas. Atualmente, sou o irreverente. Chega de rótulos, sou só um músico que ama a música brasileira, ama o Brasil e ama ser brasileiro", contou em 2023, em entrevista ao jornal "O tempo".

Mas teve uma comparação que, curiosamente, ele deixou entrar no peito com gosto: ser chamado de “o maior discípulo de João Gilberto”.

“Gosto da comparação, imagina se não vou gostar”, respondeu em entrevista ao UOL em 2019, completando: “O João me chamou várias vezes pra casa dele, foi na minha casa, a gente tocou e se tornou amigo. Ele me mostrou ‘a batida’. Uma vez, ele tocou pra mim a mesma batida durante horas seguidas.”

O cantor e compositor, de 82 anos, estava internado na Barra da Tijuca tratando uma broncopneumonia. Sofreu uma parada cardíaca.

Fonte: extra

Postar um comentário

0 Comentários