O hábito simples que melhora a saúde do seu cérebro, segundo estudo | Brazil News Informa

Manter o cérebro afiado à medida que envelhecemos é uma preocupação crescente, e a ciência acaba de reforçar um caminho acessível e eficaz para isso: o exercício físico. Um estudo publicado no British Journal of Sports Medicine mostrou que uma rotina regular de atividades físicas pode melhorar significativamente a saúde cerebral em apenas 12 semanas — com benefícios observados em todas as idades.
A pesquisa analisou 133 revisões de ensaios clínicos randomizados para entender como os exercícios afetam a cognição, memória e função executiva. Os resultados revelaram que a prática regular de exercícios promove um aumento perceptível na cognição, além de ganhos moderados em memória e na capacidade de planejar e organizar pensamentos. Crianças e adolescentes, em especial, apresentaram os maiores avanços na memória.
Como o exercício fortalece o cérebro
De acordo com o pesquisador Ben Singh, Ph.D., da Universidade do Sul da Austrália, o exercício físico estimula o fluxo sanguíneo e a oxigenação do cérebro, melhora a nutrição cerebral e estimula a liberação do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF). Esse fator é essencial para o crescimento de novos neurônios e para o fortalecimento das conexões existentes entre as células nervosas.
Além disso, a atividade física reduz a inflamação e o estresse oxidativo, dois vilões ligados ao declínio cognitivo e ao envelhecimento cerebral. Também promove o equilíbrio de neurotransmissores como dopamina, serotonina e norepinefrina, que regulam o humor, o aprendizado e a memória. “A atividade física ajuda a regular os hormônios do estresse, como o cortisol, protegendo o cérebro dos efeitos negativos do estresse crônico”, explica Singh.
Outro fator importante é a melhora da função vascular. Quando os vasos sanguíneos estão saudáveis, o cérebro recebe mais oxigênio e nutrientes. Isso é fundamental para preservar a função cerebral, especialmente com o avanço da idade.
Exercício protege contra demência e Alzheimer
Conforme envelhecemos, o cérebro passa por alterações que podem comprometer a memória, a atenção e até aumentar o risco de doenças como Alzheimer e outras formas de demência. Segundo Singh, o exercício ajuda a preservar o volume cerebral, principalmente em áreas como o hipocampo — estrutura essencial para a memória.
Pessoas fisicamente ativas têm menor risco de desenvolver demência, além de apresentarem melhor desempenho em tarefas cognitivas com o passar dos anos. A prática de exercícios também reduz fatores de risco associados a danos cerebrais, como pressão alta e AVC.
Quais são os melhores exercícios para o cérebro?
De acordo com o estudo, todos os tipos de movimento são benéficos, mas alguns oferecem vantagens específicas para a saúde mental e cognitiva:
- Exercícios aeróbicos (caminhada, corrida, natação, ciclismo): aumentam o fluxo sanguíneo cerebral, estimulam o BDNF e beneficiam a memória e a função executiva.
- Treinamento de força (musculação, resistência): ajuda a regular a insulina, reduz inflamação e fortalece a resiliência cognitiva.
- HIIT (treinamento intervalado de alta intensidade): promove maior neuroplasticidade e flexibilidade cognitiva.
- Exercícios mente-corpo (yoga, tai chi, dança): combinam movimento e atenção plena, reduzindo o estresse e melhorando a coordenação e o foco.
- Exergames (videogames ativos): especialmente eficazes para crianças e idosos, estimulam memória e raciocínio.
- Atividades leves (como caminhadas curtas): mesmo movimentos simples trazem benefícios para o cérebro, reforçando que o importante é manter-se ativo.
Movimento é essencial em todas as idades
A mensagem dos especialistas é clara: nunca é tarde para começar. Mesmo pessoas sedentárias podem colher benefícios cerebrais significativos ao adotar uma rotina de exercícios simples e progressiva. O importante é manter a consistência e escolher atividades prazerosas, que possam ser sustentadas a longo prazo.
Se a saúde cerebral está entre suas prioridades, incluir exercícios físicos na rotina pode ser uma das estratégias mais poderosas — e acessíveis — para preservar a memória, o raciocínio e a qualidade de vida ao longo dos anos.
Fonte: Catraca livre
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