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'Agarrei o braço dele e saí acelerando o carro', conta motorista que levou ladrão pendurado à janela | Brazil News Informa

'Agarrei o braço dele e saí acelerando o carro', conta motorista que levou ladrão pendurado à janela | Brazil News Informa

O motorista de aplicativo Rafael Queiroz contou que, na noite da última terça-feira, reagiu a um assalto no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, com medo de que sua família ficasse ferida. Ele fechou o vidro do carro que dirigia ao ver a mão do ladrão e acabou com o suspeito pendurado no veículo por alguns metros. Rafael disse que não "sabia se ele estava armado, se ele estava com uma faca", em entrevista ao telejornal Bom dia Rio, da TV Globo. A cena que viralizou ocorreu por volta das 21h40 na Avenida Salvador Allende. Ele estava com a filha de 3 anos, a esposa e a mãe.

— Parei no sinal vermelho para não tomar multa de pardal. Meu carro é automático. Quando parei no sinal, só vi o vulto entrando no carro. Agarrei o braço dele e saí acelerando o carro. Consegui levantar o vidro, que travou. E minha reação foi só acelerar para proteger minha família. Minha mãe estava no banco do carona, minha esposa e minha filha de 3 anos atrás. Minha reação foi de pai, de filho, de marido, de querer proteger, entendeu? Sou cidadão do bem. Tenho 27 anos, sou trabalhador, sou formado em gestão de recursos humanos, não trabalho na área, mas não aceito mais. O cidadão brasileiro, o cidadão carioca, está cansado dessa humilhação.
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Rafael acredita que o bandido ficou no carro por cerca 500 metros e reduziu a velocidade para que ele conseguisse sair:

— Foi por cerca de 500, 600 metros, mais ou menos de um pardal para o outro. Quando chegou mais ou menos próximo ao batalhão, vim reduzindo a velocidade e ele: 'Para, para, para, para'. Só que eu não podia parar, porque eu não sabia se ele estava armado, se ele estava com uma faca. Questão de proteger minha família e de segurança. Quando comecei a ver que o pé dele estava no retrovisor do carro, eu falei: 'Esse cara vai cair, vai me prejudicar, porque eu não queria machucar ninguém, só queria me proteger e proteger os meus.
O motorista revelou ainda que não procurou a Polícia Militar nem a delegacia:

— Vim reduzindo a velocidade do carro. Ele estava: 'Me solta, me solta, me solta, para, para, para". E minha mãe, do mesmo jeito, também mandando parar para poder ir ao batalhão que estava próximo. Só que, sinceramente, se eu chegasse lá ao batalhão e falasse que ele tentou pegar meu telefone, nós sabemos que não ia dar em nada. Ia fazer minha família entrar em constrangimento, passar a noite ali na delegacia, no batalhão. Não registrei a ocorrência. Vim parando o carro, estava uns 30km/h, 20km/h. Abri o vidro e ele, com certeza, caiu no chão. Obviamente, eu não parei o carro com medo de ele estar armado, algo do tipo. Só abri o vidro para ele cair. Quando soltei, eu vi no retrovisor ele rolando. Acelerei e meti o pé com a minha família. Subi a Transolímpica e vim embora.
Rafael lembrou ainda o trauma sofrido com um assalto ano passado, em que o criminoso estava armado:

— Fui assaltado ano passado, em setembro. O cara apontou a arma para mim. Nessa, ele não apontou a arma, não apontou, não falou nada. Ele simplesmente foi meter a mão no telefone. E a reação foi segurar o braço dele. Depois que fechei o vidro, o vidro travou. Não fiquei segurando o braço dele, só acelerei. Quando vim diminuindo a velocidade, só desci o botão do vidro e ele saiu caindo.

Um amigo de Rafael, o produtor de eventos Djalma Pires, estava no carro que vinha em seguida e gravou a cena:

— Na hora os amigos começam a me cutucar: 'Acho que o menino está tentando assaltar o Rafael'. Na hora, a minha reação foi pegar o telefone, jogar a câmera para o lado e começar a filmar. Na hora, foi até engraçado, a gente começou a rir, mas depois que ele foi parar o carro, a gente foi ficando preocupado. 'Caramba, será que ele está com a faca ali?' Mas graças a Deus, ele não estava com nada.

Em nota, a PM informou que "após ciência do caso através das redes sociais, os policiais militares percorreram toda a Av. Salvador Allende, mas não localizaram o carro nem o homem pendurado. É importante dizer que, o motorista do veículo não fez contato com o batalhão, apesar de parecer ter diminuído a velocidade na entrada da unidade".

Fonte: O Globo


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