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A melhor forma de manter gás no refrigerante de garrafa PET| Brazil News Informa

 A melhor forma de manter gás no refrigerante de garrafa PET| Brazil News Informa

Você odeia tomar refrigerante sem gás? Então, este artigo é para você! Vamos falar sobre a melhor forma de manter o gás no refrigerante de garrafa PET, com base nos testes realizados pelo Almanaque SOS e a opinião de especialistas.

As 6 técnicas mais populares

Montamos uma experiência completa, para determinar quais das técnicas populares é a melhor no quesito “manter o gás na bebida por mais tempo”.

Nesse teste, foram utilizadas seis técnicas diferentes. Cada bebida seria colocada em copos individuais com uma dose de 400ml cada. Os métodos colocados a prova foram os seguintes:

1. Método convencional

Guardar a garrafa na geladeira, como fazemos normalmente.

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Adotamos essa técnica para evitar uma alteração falsa na percepção do sabor do refrigerante. Dessa forma, mantemos a referência entre as demais opções.

2. Garrafa de cabeça para baixo

Aqui a garrafa é armazenada ao contrário. O objetivo dessa técnica seria manter o gás longe da tampinha, em uma hipótese que viralizou na internet, por ali que o gás sairia.

Vale dizer que, antes do experimento completo, o Almanaque SOS já havia feito um primeiro teste. Na ocasião, o gás se manteve por 3 dias dentro da bebida, após o quarto dia as bolhas diminuíram significativamente.

3. Compressão da garrafa

Antes de fechar a tampinha, aperta-se a garrafa para retirada do ar. A técnica de compressão da garrafa antes do armazenamento tem como hipotese remover o ar da garrafa para que o gás não se dissipe tão rapidamente.

4. Troca de garrafa

Nessa técnica, cada vez que a bebida é consumida, o restante deve ser armazenado em um recipiente menor para evitar a perda de gás, em teoria.

5. Vedação da tampa com saco plástico

No bocal da garrafa é instalado um material plástico, vedado junto com a tampinha. O intuito aqui é que a vedação da tampa com saco plástico reduza a saída do ar, mantendo o gás preso por mais tempo.

6. Garrafa semiaberta

Rosquear a tampa da garrafa parcialmente. O objetivo aqui é evitar que o gás saia com muita violência ao rosquear e assim manter o equilíbrio dentro da garrafa.

Metodologia

Os números que correspondentes a cada técnica foram fixados no fundo de cada copo enquanto as garrafas ficaram um dia “descansando” na geladeira.

No dia seguinte, Dario preencheu e embaralhou os copos antes da degustação, a fim de evitar qualquer tendência. Também chamamos outro integrante do Almanaque SOS, Vini, para participar e ter mais uma opinião a respeito do teste.

O objetivo dessa abordagem foi testar o nível de presença do gás de forma cega, sem que os participantes soubessem qual técnica foi utilizada em cada copo, e assim minimizar a influência do gosto pessoal na avaliação das bebidas.

Também criamos um modelo simples de classificação, para ajudar a determinar o nível de percepção do gás presente em cada copo com refri, sendo assim:

3 estrelas = com bastante gás.

2 estrelas = nem muito, nem pouco gás.

1 estrela = com pouco ou sem gás.

A partir daí começaram os testes pra valer! Foram 4 dias no total e a cada dia, uma nova fase de testes e, consequentemente, uma nova rodada de pontos era contabilizada. Ao final desse período iríamos descobrir qual técnica era mais eficaz para ajudar a manter o gás no refri!

Resultado do experimento

As rodadas de testes foram instigantes e intrigantes. Em relação ao sabor, muitas das versões ficaram indistinguíveis, especialmente após o terceiro dia de testes. Surpreendentemente, em alguns casos, o sabor pareceu ainda melhor do que no dia anterior.

A pior técnica

Apesar da falta de unanimidade entre os nossos resultados, a técnica 4 (troca de garrafas) foi a única que apresentou uma diferença visual notável, com as bolhinhas de gás menores. No segundo dia, já parecia xarope.

Sendo assim, a técnica número 4 não teve o privilégio de participar do último dia de testes e, infelizmente, recebeu o título nada honroso de pior técnica para manter o gás dentro da garrafa.

A melhor técnica

Após o quarto dia e para a surpresa de todos os envolvidos, a técnica 6 (garrafa semiaberta), foi a campeã. Mantendo o gás por mais tempo que todas, de forma completamente contraintuitiva, conquistou o pódio ao final do experimento.

Na sequência, em segundo lugar, ficaram as técnicas 3 (compressão) e 5 (vedação com saco plástico), em um empate técnico. Já a método convencional ficou em terceiro.

Classificação final:

1º lugar – Técnica 6. Garrafa semiaberta: 19 estrelas

2º lugar – Técnica 3. Compressão da garrafa: 17 estrelas

2º lugar – Técnica 5. Vedação da tampa com saco plástico: 17 estrelas

3º lugar – Técnica 1. Método convencional: 13 estrelas

4º lugar – Técnica 2. Garrafa de cabeça para baixo: 11 estrelas

5º lugar – Técnica 4. Troca de garrafa: 4 estrelas

Vale reforçar que o experimento feito pelo Almanaque SOS não respeitou as exigências necessária para um estudo científico, valendo apenas como um teste curioso.

Opinião de especialistas

Conversamos com Vanildo Luiz Del Bianchi, professor do Departamento de Engenharia e Tecnologia de Alimentos no Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Unesp) e Flávio Luis Schmidt, Prof. Docente da Faculdade de Engenharia de Alimentos da UNICAMP, orientador de iniciação científica, mestrado e doutorado.

Com base nos testes realizados, os especialistas forneceram avaliações interessantes sobre o desempenho de cada um deles. Abaixo estão algumas das explicações:
  • Método convencional: Ao fechar a garrafa de refrigerante, o oxigênio substitui o gás na atmosfera da garrafa e se dissolve no líquido, enquanto o CO2 sai. Ao abrir a garrafa, mais oxigênio é dissolvido no líquido e mais CO2 sai, formando pressão e gerando o som ao abrir a tampinha.
  • Garrafa invertida: A mesma coisa que o fechamento normal com um agravante: você vai chacoalhar mais o líquido, permitindo um equilíbrio mais rápido entre os gases do líquido e da atmosfera. Ou seja, fazendo o gás se dissipar mais rápido.
  • Compressão da garrafa: talvez seja o melhor método pois, ao retirar o líquido, apertar a garrafa retira também o oxigênio que entrou, restando então o CO2 dissolvido (agora, em menor quantidade, claro). Se o amassado diminuir, significa que o oxigênio está entrando na garrafa.
  • Troca de garrafa: trocar o tamanho da garrafa e amassar a garrafa teria um mesmo princípio, mas tem um problema. Ao trocar de garrafa o líquido é exposto continuamente à atmosfera, resultando em uma perda de gás carbônico. Como dito anteriormente, o CO2 tende a entrar em equilíbrio com a atmosfera sem a presença de pressão, enquanto o ar tende a entrar em equilíbrio com o líquido. Portanto, o gás se perde mais rapidamente.
  • Vedação da tampa com saco plástico: vedar a garrafa com um saco plástico tem a mesma finalidade que o fechamento normal ou o método de cabeça para baixo, ou seja, impedir a saída e entrada de gases. A atmosfera dentro da garrafa será a mesma do método normal e isso não vai manter o gás lá dentro por mais tempo.
  • Garrafa semiaberta: a ideia de deixar a garrafa semiaberta é permitir a saída e entrada de gases, mas no experimento a garrafa não ficou realmente semiaberta, sobretudo pelo som de saída de gás, o que significa que o resultado foi o mesmo que o teste do fechamento normal.

A técnica que a ciência recomenda

Sendo direto, Luis Schmidt diz basicamente para apostar em uma boa geladeira:

“O ideal é não abrir se não for consumir! Mas se abrir, mantenha a temperatura o mais baixa possível, pois aumenta a solubilidade do gás no líquido. Só não pode congelar!

Bomba: a tampa que mantém o gás na garrafa

Testamos um produto que parece uma bombinha para encaixar na boca da garrafa. Quem divulgou a novidade foi o influenciador digital, Lucas Rangel. No vídeo, ele afirma que, ao bombear o ar para dentro da garrafa com esse produto, a bebida teria voltado a apresentar gás.

Porém, de acordo com a embalagem do produto, o produto diz outra coisa: “mantém o gás dentro da garrafa”, ao contrário do que havia sido dito pelo influencer. Ou seja, não injeta gás dentro dela.

As instruções na embalagem diz para enroscar o produto na boca da garrafa e pressionar com a mão por cima, num movimento de quem está bombeando o ar para dentro da garrafa. E assim fizemos até que não desse mais para bombear.

A bebida gaseificada ficou dois dias na geladeira depois de aberto. Em nosso teste, o sabor não ficou idêntico ao momento em que a garrafa foi aberta, mas ainda assim havia a sensação de haver bastante gás, mais do que nas técnicas que testamos anteriormente.

O produto foi aprovado.

Testamos a funcionalidade sugerida por Rangel. Depois de remover completamente o gás da água, usamos a bomba, porém, ela não alterou em nada na sensação de gás. Confirmando que esse uso não é adequado, assim como diz o fabricante:

“A bomba funciona para evitar a saída de gás da garrafa, não para injetar gás dentro dela.”, disse Jéssica Inacio, representante da marca Cobrirel, fabricante do produto que testamos.

Conversamos com a responsável pela marca no Brasil, que também deu dicas de como usar o produto adequadamente:

“Após a abertura da garrafa e do uso, fechá-la imediatamente e bombear para preencher o espaço vazio com ar evitando assim a saída do gás. A garrafa deve estar endurecida.”

Como é possível injetar gás na bebida?

De acordo com o especialista Vanildo Luiz Del Bianchi, o processo de adicionar gás a uma bebida ocorre através de uma pressão induzida, essa pressão gera a troca de gases presentes nos líquidos. Ele explicou que o gás carbônico (CO2) é adicionado sob alta pressão no produto, o que leva a uma “transformação” do gás na versão líquida:

“Aumentamos a concentração de CO2 dissolvido em um líquido sob pressão. No caso de refrigerantes e cervejas comerciais: O CO2, contido em um cilindro sob pressão (assim como o gás de cozinha), será introduzido no fundo da garrafa, expulsando o oxigênio de dentro dela.”

O professor Flávio Luis Schmidt complementa dizendo que todo gás é capaz de se dissolver em um líquido, e que quanto mais aditivos estiverem presentes nesse líquido, maior a dificuldade para a dissolução do gás:

“Todo gás tem alguma solubilidade em líquidos, ou seja, se dissolve dentro do líquido. Essa dissolução, maior ou menor, depende da temperatura, da pressão no sistema, do próprio gás, e do líquido envolvido. Quanto mais solutos eu tiver dentro do líquido, por exemplo açúcares, ácidos, sais minerais, etc., menos espaço sobra para o gás se dissolver.”

Como o gás “foge” da garrafa?

Segundo o especialista Flávio Luis Schmidt, a saída do gás não se dá principalmente pela tampa e o tamanho da garrafa também influencia no processo:

“Refrigerantes em garrafas PETs são os mais populares. Nessas embalagens a maior perda de CO2 ocorre pela tampa, que é igual para todas as garrafas PET, independente do seu tamanho. Então, proporcionalmente, uma garrafa menor perderá mais gás que uma garrafa grande, e por isso, o prazo de validade de garrafas menores também será menor em relação a este fator.”

O especialista em Engenharia e Tecnologia de Alimentos Vanildo Luiz Del Bianchi também explica que quando se injeta gás na bebida, ele fica misturado com o líquido. Quando abrimos a garrafa, o gás escapa e o ar entra, mas se fecharmos de novo e colocarmos na geladeira, o gás volta a misturar com a bebida e faz pressão dentro da garrafa:

“A dissipação dentro do líquido se dá porque zonas, no líquido, de menor concentração de um componente dissolvido tendem a estabelecer equilíbrio com zonas de maior concentração. Quando abrimos a garrafa, o gás da atmosfera que está sob pressão tenderá a sair, entrando o ar em seu lugar.”

O especialista continua:

“Opa! Mas porque, depois de eu fechar a garrafa, colocá-la na geladeira, e abri-la de novo ela está pressurizada? Porque a quantidade de CO2 tenderá a estabelecer um novo equilíbrio com a atmosfera da garrafa, diminuindo a quantidade de CO2 dissolvido no líquido. Esse CO2 na atmosfera da garrafa gerará essa pressurização.”

Em outras palavras, a tampa é a grande culpada pela perda de gás em refrigerantes de garrafas PET. E as garrafinhas pequenas são as mais prejudicadas. E se você abrir e fechar a garrafa, pode esperar uma surpresa pressurizada causada pelo equilíbrio entre o CO2 dissolvido e a atmosfera da garrafa.

Fonte: Almaque SOS

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