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Apresentadora tem início de um derrame ao vivo; quais são os sintomas?;Veja cuidados | Brazil News Informa

Apresentadora tem início de um derrame ao vivo; quais são os sintomas?;Veja cuidados | Brazil News Informa

A âncora de televisão Julie Chin, da emissora KJRH, dos EUA, estava prestes a anunciar o lançamento de uma missão espacial da Nasa no último sábado (3) quando começou a tropeçar em suas próprias palavras. "Algo está acontecendo comigo esta manhã, eu peço desculpas", ela afirmou aos telespectadores que acompanhavam o noticiário ao vivo.

A equipe do programa percebeu a situação da jornalista e ligou para a emergência. Julie foi levada às pressas para o hospital, onde descobriu que estava tendo o início de um derrame. "Alguns de vocês testemunharam isso em primeira mão, e sinto muito pelo que aconteceu. O episódio parece ter surgido do nada. Eu me sentia ótima antes do nosso programa", ela relatou no dia seguinte, em um post no Facebook.

Segundo Julie, ela começou a ter alguns sintomas estranhos ao longo de vários minutos durante o noticiário. "Primeiro, perdi a visão parcial de um olho. Um pouco depois, minha mão e meu braço ficaram dormentes", afirmou.

Ela disse que percebeu que "estava com um grande problema" quando sua boca não falava as palavras que estavam bem em sua frente no teleprompter —equipamento acoplado às câmaras de vídeo que exibe o texto a ser lido pelo apresentador. A jornalista tentou "desesperadamente levar o programa adiante, mas as palavras simplesmente não saíam".

A âncora disse que passou por uma bateria de exames no hospital para averiguar a causa do incidente. "Neste ponto, os médicos acham que eu tive o início de um derrame, mas não um derrame completo", afirmou. "Ainda há muitas perguntas e muito para acompanhar, mas a conclusão é que eu deveria estar bem".

Quais são os sintomas de um derrame?

Fraqueza em um dos lados do corpo, alterações ou perda da visão e dificuldades para falar são alguns dos sinais mais comuns do AVC (Acidente Vascular Cerebral), popularmente conhecido como derrame, explica Feres Chaddad, chefe da disciplina de neurocirurgia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

"A pessoa também pode ter dificuldades para compreender a fala, 'sorriso torto', o que chamamos de desvio da rima labial, desequilíbrio, tontura, alteração de sensibilidade, dificuldade para engolir e dor de cabeça persistente", acrescenta o médico, que também é coordenador de neurocirurgia da BP - Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Esses sintomas surgem quando há uma interrupção do fluxo sanguíneo no cérebro. No caso do AVC hemorrágico, que acomete de 15% a 20% dos pacientes, isso acontece porque um vaso sanguíneo ou artéria se rompeu, causando vazamento do sangue na região e interrompendo a circulação apropriada do líquido.

Já no AVC isquêmico, que corresponde a 85% dos casos, a falta de circulação acontece quando há o entupimento de um vaso sanguíneo, devido ao acúmulo de placas de gordura em suas paredes. Ou então quando um coágulo migra para um vaso sanguíneo cerebral e limita o fluxo de sangue, o que vai "matando" as células que não recebem nutrição.

Chaddad explica que, quando a obstrução é pequena, o próprio organismo "resolve" a situação e os sintomas desaparecem em menos de 24 horas, evento conhecido como ataque isquêmico transitório —o que parece ter sido o caso da apresentadora Julie Chin. "Mas, quando a obstrução é persistente, o fluxo sanguíneo fica permanentemente obstruído, e o cérebro começa a ter sinais de sofrimento, já que o organismo não conseguiu resolver o problema sozinho".

Como socorrer uma pessoa com suspeita de AVC

O AVC ocorre de forma súbita e, por isso, é necessário procurar atendimento médico imediato, para que seja feito o diagnóstico e a pessoa receba o tratamento adequado.

Na medicina, tempo não é dinheiro. Tempo é cérebro. Ou seja, quanto mais demorado for o atendimento, maior é o risco de o paciente desenvolver sequelas, e maior é o risco das sequelas serem permanentes.

Feres Chaddad, chefe da disciplina de neurocirurgia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)

Portanto, o primeiro passo ao suspeitar que uma pessoa está sofrendo um AVC é levá-la ao hospital ou acionar a emergência. Segundo Chaddad, como a visão e o equilíbrio do indivíduo podem estar comprometidos, também é importante deixar a pessoa sentada ou deitada, a fim de evitar quedas enquanto o socorro não chega.

"Atualmente, o período de atenção ideal para o AVC são as primeiras quatro horas, quando o paciente tem menor possibilidade de desenvolver sequelas permanentes", afirma. "Quanto menos tempo for perdido, maior o benefício ao paciente. De tudo, o principal é o tempo."

Após o atendimento inicial, os pacientes precisam ser avaliados individualmente para saber quais áreas do organismo foram afetadas e encontrar os melhores caminhos de reabilitação.

Como evitar um derrame

A melhor forma de driblar um derrame é evitar os chamados fatores de risco modificáveis, como pressão alta, diabetes, colesterol alto, tabagismo, uso de drogas, obesidade, sedentarismo e estresse.

Além disso, fatores genéticos aumentam o risco de AVC. Nesse caso, é importante ficar alerta tanto para o histórico familiar de derrame como de outras doenças que elevam o risco da condição, a exemplo de diabetes e hipertensão.

Fonte: UOL


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