Publicidade

Sem saber, filha grava atendimento à mãe morta após procedimento estético | Brazil News Informa



Sem saber, filha grava atendimento à mãe morta após procedimento estético | Brazil News Informa






Brenda Rodrigues Rocha esperava a liberação da mãe, que havia ido fazer um procedimento estético na zona norte do Rio de Janeiro. Enquanto esperava, viu uma mulher sendo reanimada no estacionamento de um prédio anexo ao Carioca Offices. Não imaginava, no entanto, que aquela mulher era sua mãe, a diarista Maria Jandimar Rodrigues, 39. 


Ainda no início da sessão do procedimento, conhecido como hidrolipo, a diarista passou mal, sofreu uma convulsão e foi retirada do local pela porta dos fundos do prédio usando apenas um roupão. Maria Jandimar morreu no chão do estacionamento, por volta de 13h de ontem. O corpo só foi retirado por volta das 20h.

"Eu cheguei e fiz todo o procedimento para a menina da recepção me autorizar a subir para buscar minha mãe, mas estava demorando. Eu esperei e pedi para ela ligar para alguém. Nisso ela falou: 'Ali caiu, alguém está passando mal ali fora'. Uma senhora pediu para eu gravar, vimos que tinha alguém fazendo massagem cardíaca. Eu só não esperava que aquela mulher fosse a minha mãe", disse Brenda, filha única de Maria Jandimar para o UOL. A morte é investigada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro


O UOL entrou em contato com o médico através de ligação e e-mail, mas até o momento não teve retorno. Conversa entre a mãe e a filha antes do procedimento

 

A estudante disse que o local onde a mãe dela caiu era longe de onde estava e por isso não tinha conseguido identificar. Logo em seguida, colocaram uma espécie de toldo para preservarem o local até a chegada da polícia. A família acusa o médico de negligência. Brad Alberto Castrillon Sanmiguel é colombiano e, segundo os agentes, apresentou uma documentação mostrando que era apto a realizar o procedimento.

"A minha mãe não passou por mim, eles colocaram ela para sair pela saída de emergência. Segundos depois que gravei o vídeo, a funcionária me chamou e me levou para os fundos do prédio. Eu a questionei e quando entrei em uma sala tinha um homem dos Bombeiros. Ali eu desabei, sabia que era ela que estava caída ali fora", acrescentou Brenda. 

A jovem disse que viu quando o médico passou por ela já com uma mala pronta para entrar em um táxi junto com o anestesista. Ela perguntou se ele era o médico, e ele teria dito que não, que era apenas um funcionário do prédio. "Eu só quero uma resposta, minha mãe está morta. Ela morreu com um roupão no corpo. A única coisa que resta é justiça.".

Familiares contaram que Maria Jandirmar Rodrigues era uma mulher muito vaidosa e realizou todos os exames necessários para realizar o procedimento estético. Na semana anterior, a diarista havia tinha feito uma intervenção nas costas e desta vez seria na barriga. 


Momentos antes de começar o procedimento, às 12h10, a diarista enviou uma mensagem para a filha dizendo: "Pode vir. Já vou para sala". 

A Polícia Civil informou que a clínica estava com todos os documentos em dia e estava autorizada a funcionar. Apesar disso, o local foi interditado hoje à tarde até que uma perícia seja feita. O laudo do Instituto Médico Legal, que irá destacar a causa da morte, ainda não ficou pronto.

O caso foi registrado na 27ª DP (Vicente de Carvalho) como "encontro de cadáver". O médico Brad Sanmiguel foi citado na condição de testemunha. O Carioca Offices informou que se solidariza com a família da vítima e que não tem qualquer relação com o prédio comercial e as empresas ali instaladas. 

"Nós morávamos juntas, eu e ele. Éramos muito próximas, ela me criou sozinha. Eu estou desacreditada, como se isso não tivesse acontecido, está sendo muito difícil, vai fazer falta em tudo no meu dia a dia", lamentou a filha.


Problemas com procedimento uma semana antes 

Segundo reportagem do Jornal Hoje, da Rede Globo, Maria Jandimar Rodrigues já havia passado na primeira parte do procedimento estético, uma semana antes. 

Nos vídeos conseguidos pelo telejornal, ela aparece gritando e se debatendo enquanto realizava o procedimento nas costas. Ainda segundo a reportagem, ela trocou mensagens com uma mulher da clínica e disse que não tinha consciência dos problemas.


"Isso foi o início, você ainda piorou depois disso aí. Foi difícil manter você na maca. Você começou a gritar, a gente achou que você estava sentindo alguma coisa", respondeu a funcionária, segundo o Jornal Hoje. 

"Mas e aí, como vou fazer a frente?", diz Maria, sobre o procedimento na barriga. "Vai fazer, mas não vai conseguir tomar o mesmo remédio. Terá que ser outro. A gente achou que você estava sentindo dor, alguma coisa. Aí o doutor começou a te perguntar: 'o que houve, Maria, está sentindo dor? A gente já botou anestesia e tudo mais. E você continuava gritando, gritando, gritando. Aí até que a gente viu que você não respondia quando a gente falava com você.".


Defesa do médico

 A defesa do médico informou que ele "está colaborando com a Autoridade Policial nas investigações e aguarda o resultado do exame de necropsia para se manifestar, mas que se solidariza com a família da paciente, sendo certo que apresentou socorro médico como forma de evitar a ocorrência da morte.".


Fonte: Uol

Postar um comentário

0 Comentários